Do fast-food na ação penal do mensalão ao banquete da Lava Jato

Frederico Vasconcelos

Em coluna no jornal “Valor“, nesta quarta-feira (2), o repórter Juliano Basile revela que “as peças mais importantes do mensalão eram discutidas por um grupo de três procuradores auxiliares de Antonio Fernando [procurador-geral da República] num McDonald’s da Asa Sul”.

“Já os pedidos de prisão e as denúncias da Lava Jato são debatidos numa sala-cofre ao do gabinete do procurador-geral Rodrigo Janot, por uma força-tarefa que conta com oito integrantes”.

Segundo o jornalista, “provavelmente o mensalão continuará como o maior julgamento da história do STF e não será ultrapassado pela Lava Jato nesse aspecto”.

“Os ministros não vão concordar em perder 53 sessões –um semestre– julgando um único caso”, diz.

A Lava Jato será julgada a conta-gotas, diz Basile. O mensalão, segundo Joaquim Barbosa, teria apurado não mais do que 20% do esquema de desvio de dinheiro para comprar apoio no Congresso.

A única solução possível na visão dos investigadores da Lava Jato é apurar 100% dos desvios, não apenas na Petrobras.

“É descobrir na Lava Jato todos os mensalões que foram e que ainda são pagos para que eles nunca mais se repitam”, conclui o articulista.