Mascaretti é eleito presidente do TJ-SP
O desembargador Paulo Dimas Mascaretti, 60, foi eleito presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo para o biênio 2016/2017. Recebeu 188 votos. O desembargador Eros Piceli, atual vice-presidente, obteve 143 votos.
Nas semanas que antecederam a eleição do desembargador José Renato Nalini, o atual presidente não conseguia dormir tranquilo. Ele estava sob pressão, pois acreditava que a eleição seria disputada em segundo turno, competindo com Mascaretti.
A hipótese foi levantada com a liminar do Conselho Nacional de Justiça, impedindo o então presidente Ivan Sartori de disputar a reeleição. Nalini temia o “Plano B”, que seria a transferência de votos de Sartori para Mascaretti.
Nalini venceu no primeiro turno, obtendo 238 votos. Mascaretti, 76 votos.
Para os juízes mais jovens, o resultado foi uma guinada conservadora no Tribunal. Mascaretti era citado como “um novo Sartori”, um candidato com “garra”. As comparações com o “jovem” Mascaretti também sugeriam que, com Nalini, a “gerontocracia” retornaria ao tribunal.
Nalini definiria o resultado da eleição como sinal de que o TJ-SP “sabe conciliar a tradição, a antiguidade, a experiência, com a inovação”.
Dois anos depois, Mascaretti dá a volta por cima. Semanas atrás, como este Blog registrou, Eros Piceli era considerado o “favorito”.
Já a chapa liderada pelo “jovem” Sartori, que disputou a direção da Escola Paulista da Magistratura, obteve apenas 88 votos. Foi eleita a chapa presidida pelo desembargador Antonio Carlos Villen, que recebeu 235 votos.
Para vários magistrados, a vitória de Mascaretti não surpreendeu. “Ele sempre fez política, desde quando estava em primeiro grau”, diz um juiz do tribunal.
“Eros não estava fazendo campanha… Não faz campanha, perde”, comenta outro magistrado, para quem “a eleição do Paulo Dimas é muito bem-vinda e necessária”.
“Paulo Dimas é muito trabalhador e bastante preparado, em termos de gestão, de administração –-ele se destaca neste quesito; sua vitória é uma vitória de todos os juízes e servidores”, diz o juiz de direito Régis Bonvicino.
“Com o aumento de idade para a aposentadoria compulsória, para 75 anos, ele terá, entre mil itens, que repensar a estrutura de acesso às entrâncias e ao 2º grau”, diz o juiz.
Para Bonvicino, o desembargador Antonio Carlos Villen “é um alento para a Escola Paulista da Magistratura”. “Despojado de vaidades pessoais, é um juiz muito trabalhador, aberto, afeito ao diálogo, e democrático.”
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Paulo Dimas de Bellis Mascaretti nasceu em 11/5/1955 em São Paulo. É bacharel em Direito pela USP, com especialização em Direito Público pela EPM. Foi Promotor de Justiça. É magistrado desde 1983.
Mascaretti foi presidente da Apamagis (Associação Paulista de Magistrados). Sua gestão foi considerada muito ativa.
Veja quem são os desembargadores eleitos, que assumirão os cargos em janeiro:
Presidente: Paulo Dimas Mascaretti
Vice-presidente: Ademir de Carvalho Benedito
Corregedor: Manoel de Queiroz Pereira Calças
Presidente Seção de Direito Público: Ricardo Henry Marques Dip
Presidente Seção de Direito Privado: Luiz Antonio de Godoy
Presidente da Seção de Direito Criminal: Renato de Salles Abreu Filho
Diretor da Escola Paulista da Magistratura: Antonio Carlos Villen