Decisão “irrecusável” e investigação “seletiva”
Do jurista Modesto Carvalhosa, em entrevista à Folha nesta sexta-feira (18), ao sustentar que a decisão do juiz federal Sergio Moro de divulgar as conversas gravadas entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem amparo legal:
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“Era uma obrigação irrecusável, um dever funcional absoluto fazê-lo. Se não o fizesse, era inclusive caso de prevaricação. A Constituição prevê que qualquer cidadão tem a obrigação de prender quem for encontrado em flagrante delito. Imagine, então, um juiz diante dessa situação, tentando interromper um crime”.
Do ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles, em entrevista à Folha, nesta sexta-feira (18), ao sustentar que a Operação Lava Jato –apesar dos “arroubos” e “prejulgamentos” que condena–, deve ser ampliada, mas não pode ser seletiva:
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“A Lava Jato deve continuar, deve ser ampliada. Não pode ser seletiva. Vocês noticiaram, por exemplo, a conduta do sr. Fernando Henrique Cardoso. A quantas anda essa investigação? É verdade que o sr. FHC usou caminhos inadequados para mandar dinheiro para fora? Comprou bens? É algo que tem que ser noticiado, acompanhado. Tem que cobrir tudo, não deve haver seletividade. Tem que ser noticiado também de igual forma, tanto quanto possível”.