“Chega de contestar decisões com agressões”
Do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, em entrevista a Rodrigo Russo nesta quinta-feira (24), na Folha:
É preciso respeitar o Judiciário. Pode-se acompanhá-lo criticamente, mas chega de contestar decisões com agressões. Assim como não se pode impedir a imprensa de falar primeiro, não se pode impedir o Judiciário de falar por último.
Se não ele, que instância vai sobrar? Vamos praticar o jogo constitucional. Se o juiz se equivoca aqui ou ali, se profere uma decisão monocraticamente, o esquadro é prosseguir.
(…)
Chegamos a uma centena de processos ligados a essa operação [Lava Jato]. É preciso separar o todo de cada um deles. Acompanho à distância e não vou falar sobre casos específicos, pois as informações mudam e nos levam a equívocos.
Pode ser que, em um processo, Moro haja incorrido em alguma inobservância de garantia constitucional, é possível. O conjunto da obra, porém, objetivamente, continua íntegro, hígido.
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Do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, sobre os protestos em frente à casa do ministro Teori Zavascki em Porto Alegre, em texto de Sérgio Rodas, do “Consultor Jurídico“:
“Não dá para execrar um juiz que está simplesmente cumprindo o seu dever. Isso é algo retrógrado, é um absurdo.”
As manifestações ocorreram após Teori julgar inconstitucional o levantamento do sigilo das interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinado pelo juiz federal Sergio Moro na semana passada.