Fiesp não quer pagar o pato, mas engoliu sapos
A Fiesp de Paulo Skaf não pretende pagar o pato pelos desacertos de Dilma Rousseff.
Já a Fiesp de Mario Amato engoliu muitos sapos de Fernando Collor.
Collor fustigou a entidade desde a campanha eleitoral. Amato teria sido inábil, quando o candidato foi expor o programa de governo. Olhando para o relógio, o empresário abreviou o encontro e perguntou quanto Collor queria.
A fúria de Collor não foi aplacada com a fortuna que os empresários despejaram nos cofres do tesoureiro da campanha, PC Farias. Nem amenizada quando Amato previu a fuga irreal de 800 mil empresários se Lula fosse eleito.
Quando venceu o primeiro turno, Collor afirmou: “Já rechacei o apoio da Fiesp duas vezes e o faço agora, pela terceira vez. A Fiesp representa o que há de mais atrasado no empresariado brasileiro”.
Collor foi acolhido pelo PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), grupo de jovens líderes empresariais, criado em 1987. O PNBE defendia a modernização da iniciativa privada e a abertura comercial.
Um Pacto Nacional articulado pelo PNBE com lideranças dos trabalhadores e ministros de Collor foi extinto porque o governo não pretendia negociar o acordo.
O PNBE foi a primeira entidade empresarial a aderir ao movimento pelo impeachment de Collor, diante da corrupção.
No dia em que a “CPI de PC Farias” divulgou seu relatório final, Amato leu uma nota de repúdio em que a Fiesp reconhecia “a absoluta necessidade de exemplar punição”.
Os industriais defendiam a manutenção da governabilidade, “uma solução rápida”.
Um ano antes, Amato afirmara que a situação das empresas era “catastrófica”. Collor chamou-o de “impatriótico”.