Mordaça e censura prévia no caso Auler

Frederico Vasconcelos

Do editorial da Folha nesta quinta-feira (2), sob o título “Operação censura“, em que trata da ação judicial que dois delegados de Curitiba moveram contra o jornalista Marcelo Auler, que os criticara em seu blog:

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É direito de qualquer cidadão recorrer aos tribunais caso se sinta injuriado, caluniado ou difamado.

(…)

A Justiça, porém, jamais deveria ordenar a retirada de circulação de textos opinativos, ainda mais quando versam sobre o comportamento de autoridades públicas.

Perverte-se a ideia de que o cidadão deva ser protegido dos abusos do poder (incluindo-se a aqui o poder da imprensa) para fazer de um órgão judicial um mecanismo de auxílio aos poderes que porventura abusem do cidadão.

Tudo se torna mais escandaloso, no caso Auler, quando o Judiciário determina, ademais, que o jornalista se abstenha de publicar textos “com conteúdo capaz de ser interpretado como ofensivo” a um dos delegados da Lava Jato.

Não apenas censura, portanto, mas também censura prévia.