A Lava Jato e os códigos de conduta

Frederico Vasconcelos

Um importante instrumento da Operação Lava Jato, capaz de gerar benefícios para a sociedade se for respeitado, é a exigência de que as grandes empresas, notadamente as empreiteiras, sejam éticas e transparentes em seus negócios.

Nas últimas décadas, algumas empreiteiras não se davam ao trabalho de esclarecer operações suspeitas. Quando consultadas previamente pela imprensa, muitas vezes não ofereciam contestação às denúncias apuradas.

Podia ser estratégia para tentar abortar reportagens ou a certeza de que a divulgação das suspeitas não interromperia as práticas ou não afetaria os seus negócios.

Sinal dos novos tempos, a Odebrecht divulgou um decálogo anticorrupção, espécie de código de conduta para para os seus 120 mil funcionários.

O quinto mandamento recomenda “assegurar transparência nas informações sobre a Odebrecht, que devem ser precisas, abrangentes e acessíveis”.

A julgar pelo que informa a Folha, na coluna “Painel” desta terça-feira (19), essa orientação ainda não chegou a Curitiba:

“A Lava Jato adotou linha dura com a Odebrecht, um dos principais alvos da operação. Diversos delatores da empresa tiveram suas propostas de colaboração premiada recusadas. Investigadores reclamam que os anexos são superficiais e dão o recado: quem não entregar o ouro não levará o benefício.