E o orgulho do país rugiu no Maracanã…

Frederico Vasconcelos

 

Diante da festa nacional da Olimpíada, o editor do Blog deixa de lado os temas habituais e reproduz uma visão muito pessoal, exposta no Facebook, da alegria coletiva que interrompeu o baixo astral dominante:

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No dia seguinte ao da abertura da Olimpíada, assustei-me com um programa de rádio que tirou do baú uma gravação exaltando o amor à bandeira, os valores cívicos e a importância dos hinos e das marchas militares. Lembrei-me dos tempos das trevas, quando levaram um boêmio à prisão apenas porque tocava, na rua, o hino nacional num cavaquinho. Bem fez Joaquim Barbosa, no dia de sua posse na presidência do Supremo, ao convidar o bandolinista Hamilton de Holanda para executar a peça oficial no chamado Excelso Pretório. Assim como Paulinho da Viola encantou a todos na abertura da grande festa no Maracanã. Contam que, na ditadura, um oficial mandava o corneteiro despertar diariamente um intelectual preso, tocando na janela da cela. “Poeta e paisano, ninguém vai me dar lições de alvorada”, protestou o indignado civil. Os artilheiros que me perdoem, mas também não acho, como diz a canção da tropa, que o orgulho da nação “ruge n’alma do canhão”. E em matéria de alvorada, prefiro a do Cartola, Carlos Cachaça e Hermínio Belo de Carvalho, aquela que diz: “Alvorada / lá no morro/ que beleza / ninguém chora / não há tristeza…”