OAB-SP contra paralisação de juízes trabalhistas

Frederico Vasconcelos

A seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil divulgou manifesto em que apoia a Justiça do Trabalho, diante dos cortes no orçamento, mas se opõe à suspensão de audiências por causa do prejuízo que a paralisação impõe aos advogados e aos jurisdicionados.

Eis a íntegra da nota pública:

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Manifesto da OAB SP sobre suspensão de audiências na Justiça Trabalhista

Diante da notícia de que parcela dos magistrados trabalhistas promoverá suspensão de audiências nesta quarta-feira, dia 05, ato destinado à valorização da magistratura e do Ministério Público do Trabalho, a Seção Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil traz à reflexão as seguintes ponderações:

A OAB SP tem manifestado permanente apoio à Justiça trabalhista contra os cortes promovidos no orçamento deste ano e por melhores condições do ambiente de trabalho. A Justiça é essencial para manter a harmonia entre as forças produtivas do país, empregadores e empregados, contribuindo com a paz e a justiça social e o desenvolvimento socioeconômico da nação.

A Advocacia sofre por representar o jurisdicionado perante uma Justiça sem estrutura adequada para respeitar o direito fundamental, constitucionalmente assegurado, à razoável duração do processo e aos meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Sofre também como profissional, pois extrai de seu trabalho os recursos indispensáveis para a manutenção de sua atividade e para seu sustento e de sua família.

A Advocacia, a Magistratura e o Ministério Público – é sempre importante reiterar – constituem, harmonicamente, o tripé de sustentação da Justiça, em benefício do jurisdicionado, que, em última análise, é quem mais sofre com as dificuldades que enfrentamos, especialmente com a demora na designação de audiências e no andamento dos processos, e com a precariedade das instalações forenses.

Com essas ponderações, a OAB SP renova seu apoio à Justiça do Trabalho, contra os cortes orçamentários promovidos no presente exercício, manifesta sua concordância com manifestações que visem a sensibilizar autoridades públicas e a sociedade para a necessidade de respeito aos direitos sociais e da valorização da Justiça trabalhista.

Mas a OAB-SP externa sua contrariedade em sua realização durante o expediente forense, com a suspensão e adiamento de audiências, em razão do prejuízo que imporá à Advocacia e ao jurisdicionado, que, não raras vezes, espera meses para a designação de sua audiência; que em muitos casos nem saberá da suspensão que ocorrerá amanhã, usando de seus parcos recursos para se dirigir ao fórum trabalhista, na esperança de que, em audiência, possa obter decisão que permita a ele e à sua família ter uma vida um pouco menos sofrida até conseguir se reposicionar profissionalmente; e que sofrerá mais um longo período até ver realizada nova audiência.”

Marcos da Costa
Presidente da OAB-SP