Interesse público e segredos de Estado
“Quando se abandonam o senso de proporção e o respeito aos pilares da democracia, o desequilíbrio e a onipotência surgem como verdadeira patologia dos responsáveis pela guarda da lei e da justiça.”
Esta é a conclusão de editorial sob o título “Patologia judicial“, publicado nesta terça-feira (11) na Folha, que comenta exemplos “lamentáveis” de exaltação de atores que devem, “acima de tudo, manter o equilíbrio de julgamento e o respeito à lei”.
Entre esses casos, a decisão de uma juíza de primeira instância que determinou a quebra de sigilo telefônico de um jornalista da revista “Época“.
Eis trechos do editorial:
“Convocado pelas autoridades, o jornalista recusou-se a revelar suas fontes. Seu silêncio é garantido pela Constituição; trata-se de princípio adotado em qualquer democracia, no intuito de proteger o exercício dessa profissão. Violá-lo seria fazer da imprensa não um representante do interesse público, mas linha auxiliar das forças policiais.
Zelar pelos segredos sob sua guarda é dever do Estado. À imprensa cabem outros papéis, entre os quais lutar pela transparência em assuntos republicanos.”