Represálias de Renan Calheiros levam juízes a priorizar julgamento de ações contra corrupção
Em apoio à Operação Lava Jato, os magistrados de Mato Grosso do Sul deliberaram em assembleia dar prioridade aos julgamentos que envolvem crimes de corrupção praticados por agentes públicos.
A decisão foi tomada em assembleia da Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul (Amamsul).
Segundo informa a entidade, o objetivo do esforço concentrado é demonstrar apoio à Operação Lava Jato, “que vem sendo duramente atacada pelos políticos por meio de votação de propostas como o Projeto de Lei do Senado nº 280/16, que define crimes de abuso de autoridade, e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 62, que pretende vedar a vinculação remuneratória automática entre subsídios de agentes públicos”.
“Os ataques são represálias coordenadas pelo senador Renan Calheiros, investigado em 12 casos, em um tentativa de enfraquecer o Poder Judiciário e a magistratura brasileira. O movimento tem a nítida conotação de retaliação à Operação Lava Jato, sob o comando do juiz Sergio Moro, para quem declaramos nosso apoio irrestrito”, afirmou o presidente da Amamsul, Luiz Felipe Medeiros Vieira.
O apoio ao combate à corrupção em Mato Grosso do Sul se dará por meio do esforço concentrado para julgar os 2.623 processos em andamento em primeiro grau, nas 54 comarcas instaladas no Estado, envolvendo crimes de corrupção praticados por agentes públicos.
“Os juízes de MS darão prioridade às ações porque não aguentam mais tanta corrupção. Faremos nossa parte e ficaremos firmes no combate à corrupção, priorizando processos que visem punir tais atos. As ações desenvolvidas pelo juiz Sérgio Moro vêm obtendo resultados importantíssimos e a sociedade está atenta. Mais uma vez, a magistratura de Mato Grosso do Sul não vai se calar”, afirmou Luiz Felipe.