Lava Jato é premiada em meio a duros ataques
Prêmio da Transparência Internacional reconhece o trabalho da força-tarefa, alvo de uma “estratégia cruel”, segundo Deltan Dallagnol.
O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, disse neste sábado (3) no Panamá que os deputados federais no Brasil se aproveitaram da tragédia com a Chapecoense para “infligir o mais duro ataque” que a operação já sofreu, revela Rubens Valente, em reportagem na Folha. (*).
Doze procuradores de Curitiba (PR) foram ao Panamá para receber o prêmio internacional de combate à corrupção concedido pela Transparência Internacional.
“Nessa semana, quando uma tragédia levou o país a um grande luto, homens impiedosos colocaram em curso uma estratégia cruel. Enquanto o Brasil chorava o acidente aéreo que matou diversos jogadores de futebol, enquanto as manchetes estavam cheias de dor, deputados da Câmara trabalharam ao longo da noite para infligir o mais forte ataque que a Lava Jato sofreu ao longo de mais de dois anos de vida“, afirmou Dallagnol.
A seguir, comentário da subprocuradora-geral da República Luiza Cristina Frischeisen sobre o prêmio recebido pela força-tarefa da Lava Jato:
“A força-tarefa simboliza o trabalho conjunto de colegas e servidores do Ministério Público Federal de várias unidades, do Poder Judiciário Federal e cortes superiores, integrantes da Polícia Federal , da Receita Federal, do TCU, da Procuradoria-geral da Fazenda Nacional e de outros órgãos de controle e fiscalização para que a lei no Brasil seja aplicada a todos, pessoas físicas e jurídicas, que cometeram ilícitos relativos ao desvio e apropriação de recursos públicos em quaisquer das esferas da administração públicas.
É símbolo do trabalho de colegas de Ministério Público em todas as unidades da nossa federação. A mobilização, o controle social e o apoio da sociedade civil e o trabalho da imprensa por transparência dos atos de administração pública, podem garantir efeitos duradouros às transformações que estamos vivendo e impedir retrocessos como a criminalização dos atos inerentes às funções do Ministério Público e da Magistratura”.
————————————–