Equívocos, lobby político e ilusões togadas

Frederico Vasconcelos

Trecho da carta que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou aos membros do Ministério Público Federal, no último dia 14, a título de fazer um balanço da Operação Lava Jato:

O sucesso das investigações sérias conduzidas pelo MPF até aqui representa uma oportunidade ímpar de depuração do processo político nacional”.

Trecho de artigo de Janot publicado na Folha neste domingo (19):

“Não se ambiciona, com o nosso trabalho, depurar o país ou a política, até porque esse papel não cai bem a uma instituição de Estado”.

Em sua coluna na Folha, nesta segunda-feira, sob o título “Ilusões togadas”, o jornalista Vinicius Mota comenta:

Procuradores e juízes, no âmbito de investigações como a Lava Jato, exercem notável impulso para a melhoria do ambiente eleitoral. Seu trabalho tem ajudado a elevar o custo de delinquir na política, avaliado pela probabilidade de punição.

Quando, porém, aderem ao lobby político, desbordando de sua missão especializada de investigar e julgar, esses agentes do direito logo começam a vender ilusões”.