Michel Temer e a outra lista tríplice

Frederico Vasconcelos

Até recentemente, os procuradores da República especulavam se o presidente Michel Temer acataria a lista tríplice eleita pela carreira para escolher quem comandará o Ministério Público Federal, encerrado o segundo mandato de Rodrigo Janot.

Devem estar se perguntando, agora, quem será o destinatário da relação dos mais votados, dependendo dos desdobramentos de uma nova lista tríplice: a dos três crimes que Janot aponta, em tese, como delitos praticados por Temer –obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa no âmbito da delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS.

Pelo calendário fixado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a campanha dos candidatos à lista tríplice se estende até o dia 26 de junho. Estão previstos três debates públicos, o primeiro será realizado em São Paulo, no dia 29 de maio, e o último, no dia 22 de junho, em Brasília. (*)

Até lá, deverão circular nas redes internas dos fiscais da lei as eventuais restrições às condições oferecidas pela PGR aos executivos Joesley e Wesley Batista e o desgaste para a instituição com a descoberta da suposta “ajuda de custo” de R$ 50 mil mensais que os empresários destinavam ao procurador da República Ângelo Goulart Vilella.

Vilella fazia parte da força tarefa da Operação Greenfield, era assessor da Procuradoria-Geral Eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral e diretor da ANPR.


(*) Com acréscimo de informações às 11h44