Lava Jato e ‘espetacularização’ da defesa
Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay) será o “advogado de defesa” da Operação Lava Jato, em júri popular simulado a realizar-se em Curitiba no Dia do Advogado, 11 de agosto.
“A ironia e o humor também fazem parte da nossa luta”, afirma o criminalista, em comentário distribuído nas redes sociais.
Desde o mensalão, Kakay parece cultivar a berlinda, como uma espécie de porta-voz da grande banca. É presença constante na mídia por sua atuação no Supremo Tribunal Federal.
Claudio Weber Abramo, ex-diretor executivo da Transparência Brasil, afirmou neste Blog que Kakay “é um desses advogados caríssimos que se especializa na defesa de políticos acusados de corrupção, fazendo-o por meio da interposição interminável de recursos protelatórios”.
Kakay diz que foi chamado para “defender” a Lava Jato no júri simulado “exatamente por ser um crítico ácido, mas leal”.
“Todos que me conhecem sabem que sou um crítico contumaz dos excessos frequentes da Operação Lava Jato. Há quase três anos faço palestra pelo Brasil afora, e no exterior, apontando estes abusos”, diz Kakay.
Nas redes sociais, o advogado faz um convite irônico para o júri simulado, afirmando que pretende mostrar a todos as “vantagens” da Lava Jato, operação que foi “um grande avanço para o Brasil como um todo”.
O advogado cita a “espetacularização” do processo penal, juízes “heróis” e procuradores que fazem “palestras para poder movimentar a economia nacional”.
“Já conseguimos um grande avanço que é exterminar a política nacional”, diz Kakay.
Menciona entre esses “avanços” as críticas ao habeas corpus –instrumento que “atrapalha” o processo penal”– e a “tentativa de tirar o advogado criminal do processo”.
Sarcasmos à parte, a “espetacularização” da advocacia é mais uma tentativa de tirar o juiz Sergio Moro do processo.