Salários do MP, tapas, bofetadas e perdas
O economista Alexandre Schwartsman diz em sua coluna na Folha, nesta quarta-feira (9), que a reivindicação salarial do Ministério Público, em meio à maior crise fiscal do país, “não é só sintoma de descolamento da realidade; trata-se tapa na cara da população, que, ao contrário dos procuradores, recebe baixos salários, corre risco de desemprego e não tem direito à aposentadoria integral bancada pelo Tesouro Nacional”.
No final de julho, a procuradora regional da República aposentada Ana Lúcia Amaral, de São Paulo, afirmou neste Blog que “as corporações instaladas em Brasilia distanciam-se da realidade: aumento de 16% é uma bofetada na cara de 14 milhões de desempregados”.
Pelo menos seis dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal indicam que são contra a inclusão de um reajuste salarial de 16,38% na proposta orçamentária da Corte para 2018, a ser definida hoje, segundo informa reportagem de Rafael Moraes Moura, no jornal “O Estado de S. Paulo“.
Os ministros Cármen Lúcia e Marco Aurélio Mello já se manifestaram contrários a qualquer reajuste.
A Associação Nacional dos Procuradores da República sustenta que o reajuste citado de 16,38% vem sendo amplamente discutido nos dois últimos anos e busca uma recomposição parcial das perdas sofridas em razão da inflação entre 2014 e 2015 e está dentro dos limites da Emenda Constitucional nº 95, respeitando o teto de gastos do funcionalismo público. Por esta razão não haverá nenhum aumento de gastos públicos.