Campanha contra justiça e pente-fino do TCU
Reportagem do “Valor Econômico“, nesta quinta-feira (24), revela que o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, determinou um pente-fino nas gratificações pagas a desembargadores da Justiça do Trabalho a título de “sobrecarga de processos” –o que elevaria em R$ 9,1 mil a remuneração mensal recebida pelos desembargadores.
Uma auditoria do Conselho Superior da Justiça do Trabalho –encaminhada ao TCU– apontou falhas nos controles em 17 Tribunais Regionais do Trabalho.
“A ação poderá contar ainda com a participação de setores de inteligência do governo”, informa o jornal.
Dantas também pediu varredura na concessão de benefício semelhante na Justiça Federal.
Ao justificar o pedido de auditoria, o ministro afirmou que “é notória e de amplo conhecimento a informação de que igual vantagem está sendo concedida no âmbito da Justiça Federal, o que só reforça a necessidade de descortino do tema, a fim de interromper pagamentos indevidos antes que o rombo atinja montantes ainda mais substanciais”.
A iniciativa deverá realimentar a suposição de que há uma campanha orquestrada para desgastar a magistratura. Bruno Dantas foi indicado para o TCU como afilhado político do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Análises recentes sugerem, no entanto, que sua atuação no tribunal teria descolado a imagem do padrinho alagoano.