Governo sem agenda e com imagem não republicana

Frederico Vasconcelos

Os jornalistas Gustavo Uribe e Marcos Augusto Gonçalves, da Folha, perguntaram ao presidente Michel Temer se, ao receber na segunda-feira (15) o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, tratou das 50 perguntas da polícia em relação ao inquérito dos Portos: “Não passa uma imagem não republicana ao ter um encontro desse na véspera da entrega das respostas?”

Resposta de Temer durante a entrevista:

“Eu discuti sobre segurança pública. O que me surpreende é que o presidente não pode falar com o diretor-geral da Polícia Federal. Como se fosse criminoso. Eu já estava com as perguntas respondidas. São tão desarrazoadas, singelas, simplórias que não tinha nenhuma preocupação.”

Segovia admitiu depois que houve “um pequeno erro” de seus assessores ao não registrar de forma oficial e antecipada o encontro com o presidente.

“Foi um convite que eu já tinha trabalhado com o próprio ministro da Justiça num projeto de segurança que o ministro da Justiça tinha pedido o auxílio da PF”, disse Segovia, segundo informa o “Estado“.

Em novembro, Temer recebeu Segovia fora da agenda para comunicá-lo sobre sua indicação para o cargo, informaram Marina Dias e Camila Mattoso, da Folha.

Presidentes costumam discutir programas nacionais de governo com ministros, ouvindo conselhos de áreas especializadas. No governo Temer, o ministério da Justiça atende pelo nome de Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Pelo descontrole das agendas e caos na segurança, deve ser estratégia de marketing ou nome de fantasia.