Defesa de Lula e agenda de Cármen Lúcia
Não parece crível a versão de que a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, tenha recusado pedido de audiência do advogado de Lula, Sepúlveda Pertence, para evitar “embargos auriculares” em defesa do ex-presidente.
Além do respeito mútuo, a ministra mantém agenda pública e sempre atende advogados acompanhada de assessores, o que inibiria eventuais expedientes indevidos.
“A mineira de Montes Claros foi indicada a Lula por Sepúlveda Pertence, ministro aposentado do STF”, registra o perfil da ministra publicado na Folha em setembro de 2016, sob o título “Disciplinada e religiosa, Cármen Lúcia promete rever ‘extravagâncias’ do STF”.
Os processos do mensalão e da Lava Jato têm sido julgados por vários ministros indicados por Lula.
Parece desacreditada a hipótese, com sabor de teoria conspiratória, de que membros da Corte decidem em retribuição a quem os indicou ou nomeou. Vide a atuação do ministro aposentado Joaquim Barbosa como relator da Ação Penal 470.
O advogado de Lula pediu audiência no dia 21 de fevereiro, mas o encontro ainda não foi agendado.
A presidente do STF está sob pressão. Para explicar a demora, alega-se apenas que ela recebe todos os advogados na medida da possibilidade de agenda.