Continência, desobediência e prudência

Filho e neto de generais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) analisou com prudência as declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, em entrevista a Marianna Holanda e Eduardo Kattah, do jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira (20):

Melhor que os militares não falem. Alguns ameaçaram, o chefe do Exército não fez isso. Basicamente, foi uma mensagem interna corporis. Ele falou antes que outros falassem coisas mais desabusadas. Não considero que a declaração do ministro tenha sido uma ameaça. Ele disse o que todo mundo diz: a impunidade não pode prevalecer, a Constituição diz isso. Ele não disse ‘condene fulano e beltrano’.

Quando policiais militares recusam-se a dar continência a um general, membro do gabinete da intervenção militar no  Rio de Janeiro, a fala do comandante pode evitar que outros se antecipem e –como diz FCH– falem “coisas mais desabusadas”.