O que passa na cabeça de um juiz

O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, lançará no próximo dia 16 (quarta-feira) a obra “Cabeça de Juiz”, coletânea que reúne mais de 150 frases publicadas em sua conta no Twitter (@ministro_Og).

O ministro é bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco.

Antes de ingressar na magistratura foi jornalista do “Diário de Pernambuco” (1973/1981) e assessor jurídico do Sistema Penitenciário de Pernambuco.

No dia em que assumiu a Corregedoria-Geral da Justiça Federal, em 2015, Fernandes imaginou fezer algo diferente.

Aproveitando a experiência de jornalista, resolveu entrar no Twitter, com o propósito de postar informações do Judiciário Federal, “como uma forma de atender ao interesse público”, como afirmou na ocasião.

Sob o título “Cabeça de juiz”, ele passou a colocar diariamente no Twitter uma frase, um pensamento, uma opinião. “Quero ser útil usando uma nova ferramenta. Afinal, como disse numa frase me reportando ao Judiciário, ninguém ama o desconhecido.”

A ideia evoluiu e o espaço abriga hoje, como ele diz, “reflexões sobre a Magistratura, o Poder Judiciário e a Justiça, a partir da experiência de um velho juiz: são 38 anos da Magistratura, entre o interior de Pernambuco até o STJ” –e mais 8 anos de repórter, “abispando” o Judiciário, como se diz no Recife..

“A minha intenção –a partir do título instigante– é ser útil, ao expor os pensamentos de alguém que passa tanto tempo convivendo com a dura/sublime missão de distribuir justiça. Não pretendo ser exemplo, mas transmitir algumas noções de comportamento no Judiciário, do ‘saber de experiência feito'”.

“Muitos pensamentos foram resultados do muito que vi e interagi”.

Fernandes diz que gostaria que fosse um livro distribuído em bancas de revista, escolas, além do ambiente jurídico.

Citando Mário de Andrade, ele diz que ninguém escreve para si, a menos que seja um ser extremamente vaidoso. “Escreve-se para transmitir ideias. Ou no dizer do Mário, para encantar, mas eu não chego a tanto. Como disse, se puder ser útil, missão cumprida”.

Ele avalia a experiência com o Twitter como “um caminho muito eficaz para o Judiciário chegar próximo do seu ‘patrão’, a sociedade”.

Quando foi presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Og Fernandes investiu na criação da primeira ouvidoria judiciária de um tribunal de justiça em caráter permanente. Serviu de modelo para várias ouvidorias de tribunais, diz.

O Blog pediu que selecionasse algumas frases/pensamentos/aforismos. Ele escreveu o seguinte: “Todo julgamento sem reflexão ou observância de ritos corre o risco de se transformar na ‘democracia de Pilatos’: manipulável. Vale para o juiz, vale para qualquer um”.

O pensamento não está no livro. Segundo o autor, reflete o espírito do trabalho.

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SERVIÇO
Obra: “Cabeça de Juiz”
Autor: Og Fernandes, ministro do STJ
Editora: Migalhas
Coquetel de lançamento: 16 de maio, às 18h30
Local: Espaço Cultural do STJ – Brasília