Nova revoada internacional das togas
“Não concordo com essas viagens internacionais, especialmente durante o período em que devemos estar trabalhando“, afirmou a ex-corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, ao confirmar à Folha que recusara convite para participar do “1º Congresso Luso-Brasileiro do Direito de Insolvência”, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que se encerra nesta quarta-feira (17).
Nesta mesma semana, ministros de tribunais superiores e desembargadores deverão viajar à Espanha para participar do “V Simpósio Internacional de Direito na Universidad Complutense de Madrid”, de 17 a 19 de outubro.
O congresso em Portugal foi promovido pelo Instituto Brasileiro de Administração Judicial (Ibajud), mantido por escritórios de advocacia, leiloeiros judiciais, pecuaristas, empresas do agronegócio, administradores judiciais e firmas de recuperação de créditos.
O simpósio na Espanha é promovido pelo Consinter – Conselho Internacional de Estudos Contemporâneos em Pós-Graduação. Tem o objetivo de reunir alunos de pós-graduação (mestrando e doutorandos) e pesquisadores, para “discutir os resultados dos seus trabalhos, assim como trocar conhecimentos e experiências”.
Segundo o programa do Consinter, têm presença confirmada os ministros do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes; o presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, os ministros do STJ Luiz Alberto Gurgel de Faria, Benedito Gonçalves, Ricardo Villas Bôas Cueva e Nefi Cordeiro; os desembargadores Fernando Quadros e Salise Sanchotene, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e Carlos Vieira von Adamek, do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O Blog não confirmou a presença em Madri de cada um dos convidados citados.
No caso do evento em Portugal, o Ibajud manteve no programa os nomes dos ministros Humberto Martins e Nancy Andrighi [veja reprodução neste post] até as vésperas do evento, embora Andrighi tivesse avisado aos organizadores, em agosto, que não iria ao congresso. A ministra entendeu que houve uso indevido de seu nome.
As fotos dos dois ministros foram apagadas no mesmo dia, depois que a Folha questionou as despesas da viagem, que seriam pagas por escritórios de advocacia e empresas de leilão.