Corregedor pede explicações a ministro do TST sobre visita a Bolsonaro

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou a instauração de pedido de providências para que o ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), esclareça os fatos sobre a reunião mantida com o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL).

Martins Filho visitou o capitão reformado, nesta segunda-feira (22), na residência do candidato, na Barra da Tijuca (RJ).

A assessoria do Conselho Nacional de Justiça informa que o corregedor pede que o ministro do TST apresente informações a respeito de fatos narrados em notícia veiculada no site de notícias Jota.

Segundo o site, Martins Filho confirmou a visita e afirmou que foram abordados no encontro temas como a Reforma Trabalhista e o Poder Judiciário.

“O pessoal da campanha e de apoio [a Bolsonaro] às vezes faz críticas ao Judiciário que não são admissíveis”, afirmou o ministro ao Jota. “E ele [Bolsonaro] não pensa desse jeito, tanto que desautorizou quem esteja fazendo esse tipo de crítica.”

Ainda segundo o site, Martins Filho disse ter reforçado para o candidato a importância de se manter uma harmonia entre os três Poderes. “O que eu sinto é serviu um pouco para apagar incêndio.”

Ives Gandra Filho já presidiu o TST e foi membro do Conselho Nacional de Justiça. Seu pai, o advogado Ives Gandra Martins declarou voto em Bolsonaro.

Nesta quarta-feira, o Blog recebeu manifestações de magistrados que questionavam o silêncio da Corregedoria Nacional sobre o encontro entre Martins Filho e Bolsonaro, lembrando que o TST também é submetido ao controle do CNJ.

Diante da demora, o pedido de esclarecimentos foi enviado à corregedoria nacional. A assessoria do ministro Humberto Martins informou que o corregedor estava em viagem, tendo tomado a decisão no final da tarde desta quarta-feira.

O ministro do TST terá 15 dias para apresentar as informações, segundo informa o CNJ.

Procurado em seu gabinete no TST, uma assessora informou que o ministro Martins Filho já havia deixado o tribunal.