‘Juiz é um eunuco’. Magistratura é ‘incompatível com desejos’, diz Toffoli

Frederico Vasconcelos
Sessão Ordinária do Conselho Nacional de Justiça. (Foto: Gil Ferreira – 23.out.2018/Agência CNJ – Divulgação)

O presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Dias Toffoli, registrou durante a sessão desta terça-feira (23) que completava naquele dia nove anos de magistratura.

“Há nove anos parei de ter desejos, um juiz não pode tê-los. Quando eu quiser realizar os meus tenho que deixar a magistratura. Para ser imparcial, impessoal e de acordo com a Constituição Federal, tem que ter consciência que a magistratura é incompatível com desejos. O juiz é um eunuco”, disse.

Toffoli disse que, nos momentos atuais, a magistratura deve ser absolutamente imparcial.

“Gostaria de registrar que nós temos 16 mil juízes no Brasil. Nós temos que ter a magistratura que seja absolutamente imparcial e que seja a magistratura que saiba receber as petições, as contestações, as respostas, ouvindo as partes, os seus representantes, os seus advogados, o Ministério Público e decidir”, disse Toffoli.

“Temos que ter essa preocupação, do reflexo nacional, por mais bem-intencionado e correto, por mais que talvez aquela pessoa sofra vendo injustiças na cidade dela e queira resolver. Mas a magistratura tem que ser imparcial, não pode se envolver, principalmente nos momentos atuais que vivemos”, disse.

O corregedor-nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, pediu a palavra para responder ao ministro Dias Toffoli: “parabenizo vossa excelência pelos nove anos, pela independência, coragem e por estar desenvolvendo trabalho muito ativo com muita transparência e determinação nas causas que envolvem o CNJ e o STF”, disse.