Softplan contesta dados sobre contratos com o TJ-SP

A assessoria de imprensa da Softplan enviou pedido de correção de informações publicadas neste Blog em post sobre a contratação direta da Microsoft, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, para desenvolver nova plataforma digital.

Diferentemente do informado neste site, o tribunal não paga cerca de R$ 250 milhões anuais para a Softplan.

Segundo a empresa, o valor total dos cinco contratos para duas plataformas de sistemas pode chegar a R$ 107 milhões anuais.

O tribunal informa que gasta aproximadamente R$ 243 milhões/ano para a manutenção do Sistema Judicial, envolvendo os custos com a Softplan e os custos com as infraestruturas de Data Center (que não envolvem a empresa).

A Softplan também refuta as informações de que o seu sistema seria incompatível com o armazenamento em nuvem. A seguir, as contestações da empresa e os comentários do tribunal.

Eis a íntegra da correspondência da empresa:

“Diferentemente do que informado na reportagem ‘CNJ vê risco e suspende contrato bilionário da Microsoft com o TJSP’, a solução SAJ, da Softplan, atualmente em sua sexta geração tecnológica, após 20 anos de evolução continuada, é compatível com as principais plataformas de computação em nuvem do mercado, conforme já anunciado aos clientes no fim de 2018. Portanto, a opção para uso do SAJ em nuvem ou em infraestrutura própria é do próprio cliente.

Os valores atribuídos aos contratos da empresa Softplan com o Tribunal de Justiça de São Paulo também estão equivocados.

O valor total dos cinco contratos mantidos para duas plataformas de sistemas em uso no TJSP (SAJ Gestão Judicial e SAJ Gestão Administrativa) pode chegar a R$ 107 milhões anuais.

Deste valor, R$ 44 milhões destinam-se à manutenção e à evolução tecnológica continuada das duas soluções, e o restante, cerca de R$ 63 milhões/ano, refere-se aos serviços de atendimento e capacitação de usuários, incluindo advogados e mais de 50 mil pessoas do quadro interno do Tribunal, além de serviços especializados voltados aos ambientes operacionais utilizados pelos sistemas.

Essas informações são públicas. Estão disponíveis no endereço https://esaj.tjsp.jus.br/ctoPtl/abrirConsultaContratos.do.”

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O Blog consultou o tribunal sobre a manifestação da Softplan. Segundo a assessoria de imprensa do TJ-SP, as informações a seguir foram prestadas pelos juízes assessores da presidência (Área de Tecnologia da Informação).

Eis os esclarecimentos do TJ-SP:

“Em atenção à solicitação, temos a esclarecer que o Tribunal de Justiça gasta aproximadamente R$ 243 milhões/ano para a manutenção do Sistema Judicial, envolvendo os custos com a empresa Softplan e os custos com as infraestruturas de Data Center.

No mais, o SAJ 5 não é compatível com nuvem. De acordo com informações recebidas recentemente da Softplan, a proposta do novo SAJ 6 é a de que a solução possa ser executada em nuvem, mas, por ora, apenas na modalidade IaaS e até mesmo Paas – a qual não permite, como ocorre na modalidade SaaS (Software as a Service), a automática incorporação de novas tecnologias que vierem a ser incorporadas na plataforma.

No entanto, não é possível confirmar essa informação, tendo em vista que, historicamente, a empresa raramente apresenta às equipes de infraestrutura e sistemas todas as documentações necessárias sobre a arquitetura detalhada de suas soluções.

Necessário ressaltar que os tribunais que implantaram o piloto do primeiro módulo do SAJ 6 informaram que não atuam em ambiente de nuvem. Por fim, destaca-se que desde 2013 a empresa promete ao TJSP mudanças em sua plataforma, ainda não verificadas no SAJ 5.”