No dia 30 de março de 2017, o então deputado federal Jair Bolsonaro prestou continência ao então juiz federal Sergio Moro, numa lanchonete do aeroporto de Brasília.

Segundo o “O Globo” comentou, “a euforia demonstrada pelo parlamentar, registrada em um vídeo que circula nas redes sociais, não parece ter sido correspondida pelo magistrado”.

“Nas imagens, Bolsonaro aparece indo em direção a Moro, que cumprimentava algumas pessoas em uma lanchonete do aeroporto. Quando chega diante do magistrado, o deputado bate continência para o juiz, que sorri e cumprimenta o parlamentar rapidamente e sem entusiasmo”, ainda segundo o jornal.

No encontro do aeroporto, em 2017, o então magistrado desfrutava de ampla popularidade graças à Lava Jato.

Hoje, o ministro é alvo de forte pressão depois da divulgação pelo site The Intercept Brasil de mensagens com diálogos entre o então juiz e o procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato.

Em sua coluna nesta quarta-feira (11), o jornalista Elio Gaspari afirma que Sergio Moro “entrou no governo amparando Jair Bolsonaro e agora depende de seu amparo. Se o capitão soltar, ele cai”.

Nesta terça-feira (11), Moro e Bolsonaro prestaram continência em cerimônia na Marinha, quando o presidente da República condecorou o ministro da Justiça.

Segundo a Folha informou, o ministro permaneceu ao lado de Bolsonaro durante quase uma hora, enquanto participavam da comemoração aos 154 anos da batalha do Riachuelo. Na saída, os dois evitaram falar com a imprensa.

O evento aconteceu depois que Moro e Bolsonaro conversaram por cerca de 20 minutos no Palácio da Alvorada, primeira reunião desde o vazamento.

Não há impedimento para civis prestarem continência, como o Exército informa à população. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro prestou continência a civis, hábito que manteve como presidente.

O cumprimento militar, por exemplo, foi feito em visita a soldados do Bope e ao arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.

Bolsonaro também saudou com continência Felipe Melo, jogador do Palmeiras, John Bolton, assessor de Segurança Nacional dos EUA, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.