Enquanto houver bambu, vem flecha contra Rodrigo Janot
Com a publicação do controvertido livro “Nada menos que tudo“, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot virou alvo de sua famosa frase: “Enquanto houver bambu, lá vai flecha”.
O mais novo arqueiro é o subprocurador-geral da República Moacir Guimarães Moraes Filho. Ele propôs ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a apreensão do livro de Janot, ou a retirada de páginas.
Moacir Guimarães Moraes Filho afirma que Janot tenta “sair do ostracismo”, com acusações “supostamente falaciosas” contra o ministro Gilmar Mendes, pretendendo angariar lucro na venda do livro.
Considerado um membro do chamado baixo clero do Ministério Público Federal, o subprocurador-geral aparentemente aproveita o momento de ostracismo do chamado grupo dos tuiuiús, do qual Janot é um dos cardeais.
Além de fazer a apologia da censura prévia, Moacir Guimarães Moraes Filho deixa no ar a impressão de que é movido por vingança, o mesmo sentimento que já atribuiu a Janot.
Quando foi condenado por usar papéis timbrados do MPF para acionar a Receita Federal e a Polícia Federal em benefício próprio, Moacir Guimarães Moraes Filho acusou Janot de ter reaberto o caso por ser seu “inimigo” e agir motivado por “vingança”.
Quando foi procurador-geral da República, o franciscano leigo Claudio Fonteles, também do grupo dos tuiuiús, denunciou Moacir Guimarães Moraes Filho sob a acusação de crime de concussão –obter vantagem indevida, de natureza pecuniária, de uma construtora com a qual mantinha vínculo contratual. Ele foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Em 2014, Moacir Guimarães Moraes Filho foi nomeado por Janot suplente na 6ª Câmara da PGR (que trata das populações indígenas e comunidades tradicionais).
Dias atrás, Moacir Guimarães Moraes Filho sugeriu ao CNMP a cassação da aposentadoria de Janot.
Em agosto, a ex-PGR Raquel Dodge suspendeu os efeitos de portaria que concedera a Moacir Guimarães Moraes Filho aposentadoria voluntária, com proventos integrais. Uma nova portaria determinou seu imediato retorno à atividade.
Em tempo: nomeado pelo PGR Augusto Aras para o cargo de secretário-geral da PGR, Eitel Santiago rejeitava ser identificado como um procurador do baixo clero no MPF.
Ele considerou preconceituosa a afirmação de que há baixo clero no MPF. “Não me considero superior nem inferior a qualquer colega”, disse.