Após agressão a juíza, associação pede reforço policial nos fóruns paulistas
A Apamagis (Associação Paulista de Magistrados) enviou ofício nesta terça-feira (10) ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, reiterando pedido de reforço policial nos fóruns.
Na véspera, uma juíza foi vítima de grave ato de violência no Fórum da Barra Funda, enquanto exercia suas funções jurisdicionais. Uma mulher tentou esfaquear a magistrada, que se preparava para realizar uma audiência.
Segundo relato da juíza ao site G1, a mulher aproveitou o momento em que uma advogada entrou na sala e perguntou, em voz alta: “você é a juíza?”, sacou uma faca e começou a gritar: “você me condenou, você me condenou”.
A juíza não foi ferida.
No ofício, a Apamagis sustenta que o episódio, “mais uma vez, traz à tona a situação de insegurança dos magistrados”.
A associação reitera a necessidade de os fóruns possuírem, além da vigilância patrimonial armada, a presença de efetivo dos quadros da Polícia Militar, “a fim de dissuadir aqueles que pretendam realizar malfeitos durante sua estada na Casa de Justiça, bem como para reprimir com êxito os delinquentes que muitas vezes se travestem de partes”.
A manifestação, assinada pelo presidente da entidade, Fernando Figueiredo Bartoletti, registra a necessidade de treinamento e reciclagem de quem trabalha na revista pessoal, não só na capital mas também no litoral e no interior do Estado.
Os sistemas atuais “não são suficientes para obstar atos de criminalidade e, muito menos, podem ser considerados fatores de substituição ou diminuição do efetivo de pessoal das empresas de segurança responsáveis pela revista pessoal”.
“A atividade de fiscalização realizada por empresas privadas de segurança deve, sim, ser obrigatoriamente complementada pela ronda ostensiva realizada pela Polícia Militar nas áreas comuns dos prédios”.
Segundo a Apamagis, desde a implementação das audiências de custódia nos fóruns do interior não houve incremento nas atividades para proporcionar maior segurança.
“Há comarcas que hoje se encontram cercadas por complexos penitenciários, tais como Hortolândia, Sumaré, Presidente Prudente, Presidente Bernardes, e muitas outras do Oeste Paulista, as quais mereceriam maior atenção”, afirma a Apamagis.
“Sabemos que a Grande São Paulo é uma região violenta, e que se antes os fóruns chamavam atenção por serem depósitos de armas, hoje chamam atenção por seus postos bancários, além de questões outras, como resgates, vingança e toda sorte de má motivação”, informa Bartoletti.