Pandemia acentua a importância do serviço público e o risco de sucateamento

O comentário a seguir é de Luiz Antônio Marrey, procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo e ex-procurador-geral de Justiça:

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Estamos sofrendo as consequências da pandemia que chegou ao Brasil e estamos vendo no Estado de São Paulo pelo menos a intensa movimentação do serviço público.

Com todas as carências e ineficiências que possam existir, temos que reconhecer o trabalho dos servidores públicos da área da saúde, que estão fazendo de maneira dedicada seu trabalho de organização e prevenção e que vão aguentar o maior impacto da demanda pelo atendimento.

Os defensores do Estado mínimo são aqueles que não precisam do serviço público. A grande maioria da população precisa e tem direito a ele.

Destruir ou amesquinhar o serviço público significa aprofundar as desigualdades sociais no país. Por isto devemos ter Estado presente e eficiente e não Estado mínimo e sucateado.

Os defensores do Estado mínimo são em regra os mesmos que não querem fazer cessar os subsídios para certos setores econômicos e que batem na porta dos governos sempre que precisam.

Assim, que esta crise fique como ensinamento na defesa do serviço público de carreira de saúde, da educação, da segurança, da Justiça, das Universidades públicas e que façam os parlamentares de boa-fé refletir melhor antes de votarem projetos de lei cujo resultado será a transferência de renda do conjunto da população para grupos restritos.