Juiz é acusado de trabalhar pouco e levar garrafas de água do tribunal para casa
O Tribunal de Justiça de São Paulo instaurou processo disciplinar contra o juiz Antonio Marcelo Rimola, que não comparecia regularmente à 2ª Vara Cível de Itaquera (SP), mas “todas as vezes que ia ao fórum, ao sair passava na copa e enchia a mochila com garrafas de água”, segundo o corregedor-geral, desembargador Ricardo Anafe.
Pelos cáculos de Anafe, relator do caso, isso fez com que o consumo mensal do juiz fosse de 240 garrafas. “O tribunal não tem ainda ‘auxílio d’água'”, disse o corregedor.
O caso foi aberto a partir de representação formulada por juízes do Fórum Regional de Itaquera, na zona leste de São Paulo.
Anafe rejeitou a defesa prévia de Rimola. Sua proposta de instauração de processo administrativo disciplinar foi aprovada por unanimidade, em sessão telepresencial do Órgão Especial no dia 1º de julho.
O procedimento administrativo poderá esclarecer outras irregulares atribuídas a Rimola. Muitos dos atos praticados nos processos foram delegados a servidores, que assinavam com o cartão do juiz.
Foi registrada também queixa de falta de urbanidade com os colegas da mesma vara.
O desembargador Ferraz de Arruda acompanhou o voto do relator: “Em todos esses anos que tenho passado no Órgão Especial, tivemos muitas surpresas ruins de infrações cometidas por magistrados.”
“Mas, neste caso, não poderia deixar de dizer que seria cômico, se não fosse trágico”, além de aumentar os custos do tribunal. “Onde já se viu levar garra de água para casa? Duzentos e quarenta garrafinhas, chega ao ponto do ridículo”, disse Arruda.
O Blog não conseguiu ouvir o juiz Antonio Marcelo Rimola.