Toffoli e Gilmar apoiam Kassio Nunes e ainda agem como presidentes do STF

Um magistrado ficou incomodado com o fato de Toffoli dizer que recebeu em sua casa –por “amizade”– Jair Bolsonaro, Kassio Nunes e Davi Alcolumbre.

Toffoli quer virar ministro do Executivo. Alguém tem que falar a ele que amizade assim gera suspeição, comentou o juiz.

“Nos bastidores, Toffoli tem dito que é preciso manter a harmonia entre os Poderes e que não há nenhum prejuízo de que a cúpula deles se reúna”, revela o Painel da Folha.

Ainda segundo o mesmo magistrado:

Ele não pode mais dizer que zela pelo entendimento entre os Poderes. Isso é para o presidente do STF, Luiz Fux.

Toffoli repete Gilmar Mendes, que ainda se comporta como presidente do STF.

O Painel registra: “Quando decidiu por Kassio para a vaga de Celso de Mello, Bolsonaro levou o escolhido até a casa de Gilmar, onde estavam Toffoli e Alcolumbre, e avisou que pretendia indicá-lo. Fux só soube da intenção do presidente no dia seguinte por terceiros. O ministro ficou contrariado por avaliar que foi preterido da articulação sendo ele próprio o presidente do Supremo”.

Essas articulações lembram episódios antigos envolvendo Nelson Jobim.

Em 2005, magistrados gaúchos assinaram o “Manifesto pela Ética“, criticando o então presidente do STF, por “fazer considerações de índole política”.

No caso, sugeriam a Jobim afastar as especulações de que pretendia candidatar-se à Presidência da República, ou então renunciar à presidência do Supremo.

Em 2012, o desembargador gaúcho Newton Fabrício –que, ainda juiz, liderou o manifesto– reprovou o encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro do STF Gilmar Mendes realizado no escritório do advogado Nelson Jobim.