Especialistas comentam a atuação do ministro Celso de Mello no Supremo
“Celso de Mello é um homem muito preparado, excepcional jurista, corajoso e íntegro. Vota somente com a sua consciência”. [Luiz Antônio Marrey, ex-procurador-geral de Justiça de SP].
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“Celso de Mello não saiu a dar palestras e entrevistas sobre temas que julgaria. Não se calou diante dos sérios ataques à democracia e nominou o autoritarismo”. [Kenarik Boujikian, desembargadora aposentada do TJ-SP].
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“Celso de Mello moldou seu perfil como um juiz distante das articulações políticas, infenso a bajulações, discreto, sóbrio e cordial. Com destemor, respondeu às ameaças à democracia”. [Maria Tereza Sadek, cientista política da USP]
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“Foi um excelente ministro. Mas nos julgamentos do mensalão e da Lava Jato claudicou, foi muito errático na defesa e na aplicação dos direitos e garantias fundamentais. Acho que ele o fez por pressão externa, da opinião pública, e não por razões de ordem técnica”. [Pedro Estevam Serrano, constitucionalista].
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“No mensalão deixou-se levar pelo populismo judiciário, promovendo um discurso moral, deixando de lado a prova dos autos que teria levado à absolvição de muitos dos réus; na Lava Jato, depois que irregularidades na primeira instância vieram à tona, retomou um juízo mais técnico, garantista”. [Luiz Fernando Pacheco, advogado criminal]
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Minha maior admiração estava no seu respeito à liberdade de expressão, chegando a afirmar ser “intolerável a repressão estatal ao pensamento, ainda mais quando a crítica, por mais dura que seja, revele-se inspirada pelo interesse coletivo”. [Taís Gasparian, advogada, expert em Liberdade de Expressão]
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Diante da omissão perversa do legislador pátrio, no que diz com a garantia dos direitos da população LGBTI, tem sido do STF o protagonismo para inclusão destes segmentos na tutela jurídica do Estado.
Celso de Mello trouxe a dimensão constitucional de respeito à dignidade humana, de quem tem o direito de ter direitos. [Maria Berenice Dias], advogada especializada em Direito Homoafetivo]
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“Deixa como legado o exemplo de um magistrado íntegro dotado de uma vocação inquestionável para o exercício da nobre função de julgar com isenção .
Nunca se deixou levar pelo deslumbramento do poder de decidir sobre o destino das pessoas.” [Sérgio Renault, advogado, ex-secretário de Reforma do Judiciário]