‘Ministros do STF deveriam agir como Celso de Mello’, diz desembargadora
O texto abaixo é de autoria de Kenarik Boujikian, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
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O ministro Celso de Mello se comportou como deveriam proceder os ministros da mais alta corte brasileira.
Não saiu a dar palestras Brasil afora; não alimentou holofotes e muito menos saiu a dar entrevistas sobre temas que julgaria.
Na sua gestão à frente da presidência, não fez tratos ou diálogos com temas que o Supremo Tribunal Federal julgaria e manteve os limites da institucionalidade, ou seja, não fez injunções em relação aos demais poderes e nem permitiu que tisnassem a separação normativa e política em relação ao Judiciário.
Se dedicou com afinco e erudição à jurisdição constitucional e deixou decisões brilhantes, que são verdadeiras aulas sobre direitos fundamentais.
Em tempos mais recentes, foi a voz do STF que bradou a independência judicial e o Judiciário como guardião da ordem democrática e das liberdades.
Não se calou diante dos sérios ataques à democracia e nominou o autoritarismo.
Afável, extremamente gentil e de uma dedicação ímpar aos afazeres próprios do cargo, agora dedicará um pouco para si.
Fará uma falta gigantesca, especialmente nestes tristes tempos pelos quais o Brasil está passando.