No CNJ, infiltrados da “sociedade em fúria”

Frederico Vasconcelos

Da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, ao receber a Medalha Tiradentes na Assembleia Legislativa do Rio, segundo informa Ana Claudia Costa, em “O Globo“, neste sábado (5/5):

Elites podres do país já querem fazer infiltrações dentro do CNJ para minar a grande instituição que temos no Poder Judiciário. São setores diversos que tentam colocar representantes dentro do CNJ. É uma tentativa de fazer com que o CNJ tenha representantes dessa sociedade em fúria, mas isso ainda não aconteceu.

(…)

Não tenho amizade com ninguém que está aqui. A homenagem veio de pessoas que não conheço. Estou sendo homenageada porque os senhores entenderam a importância do meu trabalho. Essa medalha será mais um elemento para lugar por um Judiciário em que eu acredito, um Judiciário mais republicano que federativo.

(…)

Passei a dizer o que pensava do Judiciário para a mídia porque era uma forma de barrar o corporativismo que estava nas entranhas do poder. Isso foi suficiente para eu ganhar como aliada a sociedade brasileira.

 

Comentários

  1. A Ministra Eliana há alguns meses estava lado a lado com o senador Demóstenes, lutando em prol da purificação do Judiciário … Estava sendo usada e não sabia? Era apenas uma vítima dessa sociedade em fúria? E os políticos que a apadrinhavam, como ela própria confessou, não eram parte dessa mesma sociedade? É para se pensar…

  2. A sociedade aplaude a nobe Corregedora, mas sabe do preço que se paga pelo Estado Democrático de Direito. Daqui a pouco ela será substituída e não temos a menor segurança de que seu legado será pelo menos respeitado. Nosso sonho é um judiciário forte, ético, independente e que tenha respeito pela decência.

  3. Ao que parece é que agora ela está querendo se desvincular da figura do Demostenes. Vale lembrar que ambos defenderam um CNJ com poderes irrestritos e ilimitados. Depois dos bandidos e dos vagabundos, cria outra figura: os infiltrados. Surgem as mesmas perguntas de então: quem são, onde e quando?
    Não fossem as até então sigilosas (por quatro anos) investigações da PF, do MP e do Judiciário terem exposto o Senador, a Conselheira ainda estaria contribuindo a essa infiltração. Friso porém: de forma inocente e com as melhores das boas intenções, apesar de não tão discretas ou sigilosas.

    1. A diferença entre ambos, caro Sérgio, eram as intenções, como você mesmo reconhece.
      Até as pedras sabem diferenciar a Min. Eliana do Senador Demóstenes.
      A resistência do Judiciário à transparência, seja com qual for o pretexto, só aumentará mais ainda a exigência e a impaciência da sociedade. É jogar gasolina na fogueira.
      Baixem as armas e se alinhem à Ministra. E isso que fortalecerá o Judiciário e fará com que recupere o respeito da sociedade que lhe paga as contas.

      1. Transparência não significa estardalhaço. O julgador não pode se vangloriar de condenações e tampouco expor objeto de investigações antes do final, sob pena (entre outras aberrações) de prejudicar justamente a solução ao que combate. A divergência é quanto ao método e não ao fim.
        Veja que esse procedimento abre o flanco aos maus intencionados (“até as pedras sabem…”), como se começa a notar agora. E o pior! Com respaldo dos inocentes e bem intencionados.

  4. Parabéns à paladina Eliana Calmon que não se intimidou frente às ameaças de alguns togados, nem se calando e nem se curvando aos ” Membros Superiores “. Continue seu trabalho com coragem e disposição que sempre demonstrou ter, hercúleas. Muita sujeira veio à tona. Mas ainda há muito mais a ser descortinado. Sujeira debaixo do tapete vermelho não se coaduna com a Instituição que é perene. Maçãs podres e tumores malignos devem ser extirpados, doa a quem doer…

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